
É pá, durante 3 dias pensei que nada valeria a pena, tudo corria mal, entre 2 perdas de avião, perda de pranchas e malas, ou seja durante cerca de 4 dias com a mesma roupa no corpo, sem saber o que fazer, e ainda por cima do outro lado do mundo. Após 3 dias de viagem, chegamos então à Indo, chegamos a noite, bem procuramos um táxi, tentamos negociar e nada, chuladissimos, mas teve que ser, não houve outra hipótese. Saímos do aeroporto apanhamos então o táxi que nos levou para um lugar estranho, uma pensão no meio da cidade de Kuta, numa rua estranhíssima, mais uma vez chuladissimos. Nessa noite eu e o castanheira não conseguimos dormir, com medo, ainda por cima num quarto com bastante mau aspecto e cheio de mosquitos, estávamos com medo da malária, e de repente surgem cânticos muçulmanos, bem fiquei com um medo enorme, já pensava que iria haver algum atentado, mas era altura de Ramadão….(RIsos)…..Manhã chega e abrimos a porta de casa, bem….um lugar maravilhoso, casas lindas, estávamos em grande. Tomamos o pequeno-almoço e fomos dar uma volta por Kuta, pois as nossas pranchas só chegariam à tarde ao aeroporto de Dempassar. Fomos a procura da praia, entretanto passados uns 10 minutos deparamo-nos então com a tal, praia, as tais ondas, bem estávamos a ver Kuta Reef, que esquerdas tubulares, já me estava a roer todo, e pranchas nada…desespero…(Risos)….bem por volta então das 15 da tarde chegam as prancholas ao aeroporto. Fomos busca-las, tentamos negociar um táxi que nos levou a Uluwatu, que é onde esta a maior concentração de surfistas, pois aí encontramos dos picos mais conhecidos da Indonésia. Finalmente bem instalados e tranquilíssimos, primeira surfada em Uluwatu, bem altas ondas a rebentar em cima de uma bancada de coral rasa, pumbas lá vou eu e o Castanheira cheios de pica, nesse dia poucas ondas que apanhamos, a partir dai a coisa começou a correr melhor, começamos nos a ambientar aos macacos, a negociar, a subornar, e tudo correu na perfeição, para além das aventuras de carro avariado em Desert Point, no meio do nada, fugir à policia, passar vermelhos, uma espeta de mota, carro quase a capotar e outras aventuras mais, bem não me posso alargar mais se não iria ficar aqui o tempo todo a escrever. Concluindo, esta viagem foi um sonho, porque foi quase tudo perfeito!

Estive em Balí, Lombok e Nusa Lembongan, bem, surfei Airport Left, Bingin, Canggu, Impossibles, Keramas, Kuta Beach, Kuta Reef, Lacerations, Padang Padang, Play Grounds, Shipwrecks, Mushroom Beach, Uluwatu.
RAM- Como é que foi o teu 1.º contacto com as ondas, é muito diferente? Qual a tua preferida?
Bem assim o primeiro contacto, sinceramente que me assustei um pouco no sentido em que as ondas rebentavam em bancadas de coral raso, isso foi o que à primeira vista me impressionou mais, mas isso acontece ao primeiro contacto, a partir daí é dropar e para a frente é caminho, pois são ondas perfeitas e, altos tubos. Uluwatu sem duvida, aquela que fica na memória pelo tubo da minha vida.

RAM- O maior Tubo?
Uluwatu, sem dúvida…foi lindo…ahaha
RAM- E o Maior Wipe-out? Chegaste a ir ao coral?
Canggu, embicanço gigante….uma cara de parvo…ehehe, sim nesse mesmo dia acabei uma onda, no final uma bela de uma joelhada no coral, que por si infectou.
RAM- Pensas voltar?
Sim, acho que o sonho realizou-se, agora sonho outra vez em poder voltar.
RAM- Próxima viagem, já pensaste nisso?
Sim, possivelmente Marrocos, mas o principal objectivo era indonésia.
RAM- Que outras viagens já fizeste?
Não fiz assim muitas mais, França e Indonésia
RAM- A nível Nacional quais são os teus planos para 2008?
Os meus objectivos irão ser dedicar a 100% ao nacional de surf open, correr alguns WQS em Portugal, alguns regionais de Peniche, os circuitos universitários e se este ano o projunior for sub21 irei dedicar-me também a 100%.

RAM- O que é que tens a dizer sobre os apoios que existem actualmente em Portugal para o surf, achas que tem melhorado ultimamente?
Sim de facto há uma certa melhoria e tanto há que o orçamento de estado para 2008 aumentou a verba do desporto, a nível pessoal há pouco.
RAM- Já agora um pouco de retorno, com que apoi0s é actualmente contas?
Conto com a Câmara Municipal de Aljezur, que me tem dado um apoio enorme, e agradeço desde já a todas as pessoas que tornaram este apoio possível, e ao qual se ele já mais seria possível ir a tantas competições, Aljezur Surf Center, que também tem feito um óptimo trabalho comigo e tem tornado muita coisa possível, Arnette, Island Style e apoio da Pólen surfboards.
RAM- Como tens visto o desenvolvimento do surf em Aljezur?
O desenvolvimento do surf em Aljezur é cada vez maior, mas no que dita a locais, acho que está muito fraco, não há ninguém a competir, a não ser eu e agora o Joãozinho, acho que deveria haver mais união entre todos para ir lá, demonstrar que também estamos vivos, pois temos gajos como o Abelha e o Pente que se lá estivessem faziam moça ( estes meninos partem a loucinha toda), depois desde a minha época não apareceu ninguém, somos uns meros 4 a 5 putos já há anos.
RAM- Qual a tua onda preferida na zona?
Canguru, isso pergunta-se!!(Risos).
RAM- E Nacional?
Lagido
RAM- Para acabar e como um dos surfistas do concelho que mais tem viajado, queres deixar alguma dica ao pessoal da zona que queira também viajar?
Sim, o principal de tudo é procurar, informar sobre o local onde queremos viajar, pois se não o tivesse feito antes de ir para a indo, acho que teria sido roubado à força toda…INFORMAÇÃO…muito importante.
RAM- Queres dizer mais alguma coisa ?
Quero agradecer ao Ricardo Aguas de Matos, acho que é assim que te chamas, por esta entrevista, e agradecer pelo excelente trabalho que tem feito com a moçada do concelho, OBRIGADO mesmo, e agora só quero é ver uma foto minha tirada por ele numa Onfire ou SurfPortugal. Altas fotosssss:P.
RAMphotos agradece a Cátia Aguiam as fotos cedidas de Ricardo Costa.